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Mielopatia cervical por discopatia em múltiplos níveis


Caso extremamente grave e complexo de um paciente relativamente jovem de 48 anos. Te convido a conferir este importante relato.


Conheça detalhes do caso

O paciente apresentava um quadro de hérnia de disco cervical em quatro níveis, ou seja, explosão do disco intervertebral com extravasamento do seu conteúdo e compressão medular nos segmentos de C3-C4/C4-C5/C5-C6/C6-C7, desencadeando em uma temida complicação conhecida como mielopatia, onde a compressão da medula acaba acarretando também na compressão da artéria espinhal anterior (principal responsável pela irrigação medular), provocando isquemia medular e morte do tecido neurológico, com consequente e rápida perda das funções motoras e sensitivas em membros superiores e inferiores, além de alterações gastrointestinais e genito-urinária associadas à forte sensação de tontura e perda de equilíbrio, causando gravíssima perda de mobilidade, tendo a evolução natural da doença o desfecho de tetraplegia total do paciente.

Felizmente, mesmo diante da gravidade e velocidade de evolução do quadro, foi feito diagnóstico precoce e abordagem cirúrgica emergencial, sendo realizada ressecção total do corpo de C6, procedimento conhecido como corpectomia cervical para descompressão da artéria espinhal anterior, com artrodese nos segmentos de C5-C6 e C7, possibilitado pela utilização de moderno CAGE de corpectomia com fixação através de placa e parafusos de titânio.


Conheça a cirurgia de artroplastia

Além disso, também foi realizada discectomia total no segmento de C3-C4 e C4-C5, com substituição do disco intervertebral lesado por artroplastia de terceira geração, sistema que substitui o disco intervertebral normal por um implante com as mesmas características anatômicas de um disco intervertebral normal, possuindo ânulo fibroso e núcleo pulposo artificial, associado à importante característica de promover reconfecção da lordose cervical, pois tais implantes são muito maiores na posição anterior do que na porção posterior, permitindo assim reconstrução anatômica normal do segmento operado.


Pós-operatório e recuperação

Hoje o paciente já está com mais de 15 dias de pós-operatório, deambulando normalmente e com recuperação total da perda de força em membros superiores e inferiores que apresentava no pré-operatório, já podendo ser considerado "curado" da patologia de base apresentada. É esperada a recuperação clínica total em um período máximo de 6 meses de pós-operatório.

Agradecimentos

Agradeço a Deus a minha equipe pela excelência no diagnóstico e tratamento de tão grave patologia e poder ser um fator positivo na vida dos pacientes que me procuram. Reforço que nós, médicos, não passamos de instrumentos de forças superiores que iluminam e curam os pacientes que assim o fizeram por merecer.

Abraços,

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