Compartilho um caso que, infelizmente, é extremamente comum receber na nossa equipe. Confira mais detalhes a seguir!
O paciente apresentava quadro de mielopatia cervical, onde lesões, como protusões (abaulamento do disco intervertebral), ou hérnias de disco (extravasamento do disco intervertebral com compressão de estruturas neurológicas), acabam por comprimir a artéria espinhal anterior (principal artéria responsável pela irrigação da coluna), desencadeando o que chamamos de infarto medular.
Saiba mais detalhes sobre o caso
Nessa patologia específica, a lesão da medula se dá de forma isquêmica, ou seja, ocorre pela falta de oxigênio chegando aos tecidos nervosos devido à obstrução arterial, em mecanismo semelhante ao conhecido infarto do miocárdio ou infarto cardíaco. A diferença entre os dois é que o infarto medular causará lesão de neurônios enquanto o infarto do miocárdio causará lesões de células cardíacas, mas ambos apresentam fisiopatologia semelhantes com consequências catastróficas ao paciente portador das mesmas.
Neste tipo de lesão medular, os sintomas dolorosos não são os principais apresentados pelo paciente, muito pelo contrário, o que prevalece são sintomas neurológicos que podem variar de leves e "imperceptíveis" até sintomas de maior gravidade, que podem incluir: tremor de extremidade, zumbido no ouvido, alteração de sensibilidade em membros superiores e inferiores, diminuição de força em membros superiores e inferiores, alterações distintas anais ou intestinais e vesicais, perda de coordenação de movimentos finos e movimentos manuais mais delicados, além de alteração de marcha e perda de equilíbrio; caracterizando sintomas neurológicos complexos e extremamente incapacitantes ao paciente.
A abordagem cirúrgica
Nesses casos, é mandatória a abordagem cirúrgica emergencial para rápida descompressão medular, que tem como objetivo preservar o maior número de neurônios possíveis e barrar a progressão da doença antes que as lesões se tornem ainda mais extensas e dramáticas.
Neste caso, foi realizada uma discectomia (retirada do disco intervertebral) total dos segmentos de C4-C5, C5-C6 e C6-C7, com estabilização através de artrodese cervical nos segmentos de C5-C6 e C6-C7, somados a artroplastia de terceira geração no segmento de C4-C5, formando uma base rígida através da artrodese para suporte da artroplastia. Essa abordagem resolveu o quadro neurológico do paciente, mas sem causar perda significativa de movimento da região cervical, trazendo bons resultados tanto do ponto de vista neurológico como biomecânico.
O pós-operatório e recuperação
O paciente está com mais de 30 dias de pós-operatório, já deambulando normalmente e com resolução quase total das lesões neurológicas previamente apresentadas, extremamente satisfeito com o resultado a curto prazo e certamente com prognóstico enorme de melhora ainda mais significativa a longo prazo.
Eu agradeço a Deus e a minha equipe pela possibilidade de proporcionar alívio sintomático e melhora da qualidade de vida dos pacientes que me procuram e confiam em meu trabalho.
Caso precise, não deixe de entrar em contato através de meus canais de atendimento. Estou disponível para poder te ajudar!
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