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Mielopatia cervical grave com Artrodese C3 a C7 e corpectomia de C5

O caso que apresento hoje a você, eu e minha equipe enfrentamos um grande desafio. Me acompanhe nesta leitura!

Grave dor na coluna cervical

Apresento hoje as imagens de um caso extremamente delicado, onde o paciente apresentava degeneração discal dos segmentos de C3 a C7, o que inclui praticamente toda a extensão da coluna cervical, além de apresentar severa compressão medular ao nível do corpo de C5 devido a calcificações do ligamento longitudinal posterior e a presença de osteófitos (bicos de osso popularmente chamados de bico de papagaio) causando severa compressão medular nesse segmento.

Paciente apresentava então, quadro de dor cervical com irradiação severa para membros superiores, além de perda importante de força muscular em membros superiores especialmente à direta e perda de força muscular e sensibilidade em membros inferiores, causando severa alteração da marcha conhecida como marcha mielopática, caracterizada por necessidade de abertura da base para marcha com características próprias e dificuldade de equilíbrio do corpo durante o ato de deambular (andar ou caminhar).



Como foi o procedimento cirúrgico

Casos como esses, extremamente graves e complexos, exigem cirurgias agressivas, porém, com resultado satisfatório quando realizadas sem intercorrências. Foi decidido por discectomia (retirada do disco C3-C4 e C6-C7) com preenchimento do espaço discal com pequenas próteses conhecidas como CAGE preenchidas com enxerto ósseo, associado à corpectomia (ressecção de todo o corpo vertebral de C5) permitindo assim severa descompressão do segmento de maior compressão.

A região de corpectomia foi preenchida por prótese (CAGE) especial para esse tipo de procedimento preenchido por enxerto ósseo e permitindo após a consolidação óssea a formação de um "novo corpo vertebral" para suporte e sustentação da coluna; toda essa montagem foi fixada com placa modular de baixo perfil e parafusos corticais, sistema de fixação de placas extremamente modernas que permite a acomodação milimétrica do sistemas além de possibilitar fixação dinâmica da placa, que aumenta a compressão do sistema do segmento operado e facilita assim a consolidação.

Paciente com aproximadamente 30 dias de pós-operatório e deambulando normalmente com recuperação quase total da força motora dos membros superiores, com prognóstico de recuperação total do quadro neurológico nas próximas semanas e absurdamente satisfeito com a rápida melhora que vem apresentando.

Reflexões finais

Ressalto que casos como esse, não pela gravidade e nem pela complexidade da solução, mas a importância do diagnóstico precoce, permitindo assim a resolução do problema de maneira simples e eficiente, não precisando chegar a soluções extremas como apresentado no quadro em questão.

Agradeço a Deus pela perícia na realização do procedimento e a toda minha equipe, tanto médica quanto de reabilitação que fazem um trabalho fantástico em um preparo pré operatório e na recuperação pós operatória neste tipo de paciente.

Abraços,


Dr. André Evaristo Marcondes

Atendimento presencial e à distância

São Paulo, 22 de fevereiro de 2022

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