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Estabilização Híbrida da Coluna

Entenda o que é através de um caso real.

Nas minhas redes sociais estou apresentando uma série de casos realizados através da Estabilização Híbrida Cervical, um sistema em que unimos duas técnicas para chegar ao melhor resultado para o paciente. Os casos que tenho mostrado nas redes é a combinação de duas delas: Artrodese com Artroplastia. A primeira tem o objetivo de resolver as situações dos segmentos mais graves, associada a segunda com o intuito de resolver problemas de níveis menos graves, com a manutenção de movimento.


Esse sistema na coluna cervical, é relativamente realizada há algum tempo. Eu, por exemplo, faço há dez anos, com ótimos resultados, tanto na literatura realizada por mim, através da Faculdade de Medicina do ABC, como por muitos trabalhos de consenso, feitos por colegas da vanguarda, publicados ao redor do mundo, em especial no Neuro Spine Journal e na Revista Americana de Coluna.


Recentemente, e fico muito feliz em dizer isso, de maneira ousada e com excelentes resultados, temos transferido esse conceito de Estabilização Híbrida Cervical para os segmentos lombares, ou seja, Estabilização Híbrida Lombar. Vale destacar que hoje isso só é possível porque a ciência tem desenvolvido implantes de alta tecnologia para a área médica.

A coluna vertebral é constituída por 33 vértebras intercaladas por discos intervertebrais, sendo cervicais, torácicas, lombares, sacro e cóccix. A maior mobilidade da coluna vem na junção do crânio com a coluna cervical, depois na coluna cervical, terminando na coluna lombar. Estes são os três segmentos responsáveis pela mobilidade da coluna.

O caso do paciente da foto é de uma Hérnia de Disco Extrusa, L5 S1, operada há dois anos. No entanto, junto ao fragmento herniado, foi retirada também a faceta articular de L5. Entenda: facetas articulares são ossos da coluna que ajudam a manter ela estável e com movimentos normais.

​Então, a retirada de uma delas, no caso deste paciente, causou instabilidade e degeneração grave no segmento de L5 S1, o que acarretou, a longo prazo, sobrecarga do segmento L4 L5, com consequente degeneração de L4 L5 e nova Hérnia de Disco no segmento L4 L5.


Dr. André Evaristo Marcondes

Tudo isso, como explicado acima, são partes da anatomia da coluna que foram prejudicadas. Dentro desse contexto, a resolução clássica seria a estabilização de L4 L5 S1, com parafusos pediculares e consequente destruição da musculatura paravertebral, que são os músculos que estão conectados as vértebras, proporcionando a sustentação da coluna e sua mobilidade. Isto resolveria parcialmente a questão neurológica, melhorando muito o quadro de dor do paciente e era a única opção que tínhamos há até alguns anos.

Mas, hoje, tudo isso levaria a grave perda de movimento, a um quadro de dor crônica complexa residual pelo próprio procedimento, só resolveria uma parte do problema e traria outros ao paciente, uma vez que ele também é esportista. Dentro de uma decisão paradoxal, não fazer o procedimento levaria a danos piores.

Tendo em vista o avanço tecnológico que eu citei no começo deste texto, optamos por uma Estabilização Híbrida Lombar, com fixação de L5 S1, ou seja Artrodese de L5 S1, através de um implante especial chamado ALIF (Anterior Lumbar Interbody Fusion), que acessa a coluna a partir da frente do corpo, associado a fixação com Parafuso de Arruela, denominado Parafuso de Marconde&Dias.

Outra satisfação que tenho para dizer aqui, pois o nome deste material é uma homenagem a mim, Dr. André Evaristo Marcondes Cesar, e ao Dr. Aécio Dias, que implementamos e difundimos esse tipo de estabilização.

No segmento adjacente L4 e L5, ou seja, na junção entre as duas vertebras, em que é feita pelo disco intervertebral, foi realizada a retirada completa da Hérnia, por meio de uma Discectomia Total mais Estabilização com Artroplastia Lombar, evitando as complicações decorrentes de perda de movimentos desse seguimento, caso fosse realizado um procedimento convencional.

Também, usamos mais um Parafuso de Marconde&Dias para a estabilização extremamente rígida, permitindo a Fusão de L5 S1, associado a uma Artroplastia de L4 L5, com a manutenção de movimento.

Por meio da união de técnicas, procedimentos, estudos, Estabilização Híbrida Lombar com ALIF + Artroplastia com ALIF + Parafuso de Marconde&Dias, foi possível solucionar o caso com Estabilização Rígida do nível de L5 S1, que sozinha já é pouco móvel, associado à mobilidade normal e segmento de L4 L5, permitindo rápida recuperação do paciente e, possivelmente, retorno às atividades habituais, tanto profissionais, quanto esportivas.

A partir desse momento, a nossa equipe e o paciente trabalharão de maneira conservadora e árdua, com fisioterapia, reeducação postural global (RPG), acupuntura, fortalecimento muscular e educação física diária, por longo período.

A expectativa, se Deus permitir, é que em oito meses ele possa retornar a sua grande paixão: os campos de futebol.

Estou feliz por trazer esse exemplo, porque, pra mim, ele mostra como funciona a individualização da medicina, amor pelo o que se faz e dedicação extrema, tendo como único objetivo a recuperação da saúde física, mental e qualidade de vida dos pacientes que entregam suas vidas em nossas mãos.

Aos que buscarem mais informações ou precisarem de ajuda, estamos disponíveis para todos, no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio Libanês.


Abraços,


Dr. André Evaristo Marcondes

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