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“Chip na coluna” proporciona o controle da dor crônica

Cerca de 116 mil trabalhadores já foram afastados de suas funções por dores na coluna



Uma tecnologia que é incorporada na coluna vertebral, implantado sob a pele de pacientes com dores crônicas complexas, e que tem capacidade de bloquear essas dores por meio da neuroestimulação. Isso até parece conversa para o futuro, mas não é. A técnica já tem sido feita no Brasil e apresenta ótimos resultados. Para se ter uma ideia da importância desse procedimento, cerca de 116 mil trabalhadores já foram afastados de suas funções, em 2016, por problemas na coluna, segundo o INSS. E é para muitas dessas pessoas, em que todas as opções de tratamento na coluna já se esgotaram, que o neuroestimulador medular é indicado.


Segundo o Dr. André Evaristo, especialista em cirurgia da coluna e parte do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, a neuroestimulação consiste em aplicar estímulos sobre a medula espinal, ligado a um dispositivo semelhante a um marca passo, com o objetivo de interromper os sinais de dor. “O funcionamento do dispositivo é simples, pois pequenas correntes elétricas são aplicadas na medula espinhal do paciente. Esses impulsos elétricos interferem na transmissão dos sinais de dor, ou seja, quando o chip detecta um sinal de dor indo para o cérebro, ele pode emitir um pulso elétrico que o bloqueia”, explica o médico.


Indicado para pacientes com dores intensas ou patologias complexas, a caixa que aloja o chip é menor do que a palma de uma mão e o carregamento da bateria é feito sem a necessidade de fios, a partir de uma fonte externa, por meio de ondas de wi-fi. De acordo com a literatura, o índice de melhora significativa da dor ocorre em 70 a 80% dos pacientes submetidos a esta técnica. “Levando em consideração que nenhum outro tratamento havia melhorado a condição desses pacientes, podemos considerar que a estimulação medular é um sucesso da medicina moderna”, diz o especialista.


A melhor opção de tratamento para cada caso depende muito do tipo de dor, da intensidade e da resposta aos demais tratamentos discutidos e trabalhados entre médico e paciente. A principal indicação para o implante é feita para patologias que podem até incapacitar um indivíduo, como: neuropatia periférica ou dor neuropática; síndrome pós-laminectomia; dor regional complexa tipo I, conhecida também como distrofia simpático-reflexa; angina cardíaca refratária, e entre outras.


Sendo um procedimento minimamente invasivo ou percutâneo, a cirurgia pode levar de 40 minutos a duas horas e ser feita com anestesia local ou geral, a depender da técnica aplicada. A meta da estimulação medular é de tratar a dor causando o mínimo de efeitos colaterais. “Mas, caso o tratamento não traga os resultados esperados, é possível ajustar a intensidade desses estímulos e até mesmo retirar o dispositivo sem nenhuma lesão nas estruturas neurológicas do paciente”, observa o especialista.


Por outro lado, o tratamento, quando apresenta a taxa de sucesso esperada, traz ao indivíduo grandes benefícios, como redução significativa e duradoura da dor na região;melhora na capacidade da realização de atividades diárias; redução do uso de medicações para dor; duração de quatro a sete anos do dispositivo; não impede que outros tipos de tratamento para dor possam ser feitos, se requeridos; e diminuição da necessidade de tomar medicamentos, reduzindo também os efeitos colaterais das medicações.

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