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Tratamento para Espondilolistese

Artrodese por via dupla em paciente com idade avançada, que se recupera bem


No relato de hoje, um caso extremamente incomum e interessante de espondilolistese. Como já falamos em outros momentos, aqui na minha página, a doença caracteriza o escorregamento de uma vértebra sobre outra, como um deslizamento. Este quadro, no entanto, se desenvolveu em uma região bem específica da vértebra, chamada “Pars Interarticularis”, que faz a junção entre as articulações, permitindo a estabilização do segmento e coluna, mantendo a posição correta.


Ao analisarmos o caso, levantamos os objetivos, os riscos e as possibilidades cirúrgicas para restaurar a saúde da coluna do paciente. Levamos em conta que ele já estava com idade relativamente avançada, apresentava outros problemas, como: descompensação distal em outros níveis e segmentos da coluna.


Optamos, então, por realizar uma artrodese lombar por dupla via, ou seja, abordar o local por via anterior (abdômen) e posterior (costas). O objetivo principal era estabilizar e dar suporte pela frente e fixar com parafusos pediculares e enxerto na parte posterior. Foi necessária uma grande quantidade de enxerto, mas toda essa intervenção permitiu a fusão dos segmentos operados e a construção do segmento lombar baixo. Um grande desafio, mas que no final deu certo.




Nas imagens, você observa:

1ª) o desalinhamento da vértebra L5 sobre S1;


2ª) a lesão, falha e disjunção da “Pars Interarticularis”, conhecida como espondilólise;


3ª e 4ª) completa alteração e instabilidade do segmento L5/S1 quando o paciente realiza flexão e extensão, o que demonstra a frouxidão que isso causa no segmento acometido, com consequentes degeneração e destruição do disco intervertebral, especialmente de ligamento, compressão medular e radicular;


5ª) comparação do exame com uma vértebra de tamanho real, compatível com um ser humano de aproximadamente 1,75m de altura, para demonstrar o comparativo entre o Raio-X e a porção onde a lesão da “Pars Interarticularis" ocorreu;

6ª) resultado final, coluna estabilizada. Felizmente, o paciente vem evoluindo extremamente bem no pós-operatório. A caminhada ocorre sem dificuldade e já sem a presença das dores que apresentava antes da cirurgia. Hoje apresenta apenas um desconforto discreto na coluna lombar, mas com potencial de recuperação total dentro de seis meses de pós-operatório, tanto do ponto de vista biomecânico quanto neurológico. Agradeço a toda equipe que me auxilia nestes procedimentos e, sobretudo, ao paciente, por confiar em meu trabalho e por não desistir de obter o tratamento merecido. Abraços,


Dr. André Evaristo Marcondes

São Paulo, 22 de janeiro de 2021

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